Borboletas

6 de nov. de 2011

Gente tem sobrenome


Toquinho (Disco: O Direito da Criança)

TODAS AS COISAS TÊM NOME
CASA, JANELA E JARDIM.
CASAS NÃO TÊM SOBRENOME,
MAS A GENTE SIM.

TODAS AS FLORES TÊM NOME
ROSA, CAMÉLIA E JASMIM
FLORES NÃO TÊM SOBRENOME
MAS A GENTE SIM.

O CHICO É BUARQUE
CAETANO É VELOSO
O ARI FOI BARROSO TAMBÉM
ENTRE OS QUE SÃO JORGE
TEM O JORGE AMADO
E O OUTRO QUE É O JORGE BEM


QUEM TEM APELIDO
DEDÉ, ZACARIAS
MUSSUM E A FAFÁ DE BELÉM
TEM SEMPRE UM NOME
TEM SOBRENOME TAMBÉM

TODO BRINQUEDO TEM NOME
BOLA, BONECA E PATINS
BRINQUEDOS NÃO TÊM SOBRENOME
MAS GENTE SIM.

A caixa surpresa

 Ângela Carneiro. Trecho da  história Caixa surpresa
A minha caixa surpresa
É muito especial,
Tem sonhos, luzes e cores
E uma tampa de cristal.

Você está convidado
A conhecer meus segredos.
Trate-a com cuidado,
Abrindo-a com as pontas dos dedos.
Não é um cofre trancado,
Mas nela guardo um tesouro.
...nem bombas, nem facões
Rompem a sua fechadura.
...sua chave é bem leve:
É a chave da fantasia!

                                                        ...Também guardo palavras,
Minhas histórias preferidas,
Versos, poesias rimas,
Contos de bruxas e de fadas.
...Depois os mais lindos brinquedos,
Pra ser feliz á vontade.
Bonecos e bichos de pêlo
Falam e andam de verdade!
Se quero rir tenho piadas,
Trava-línguas e adivinhas,
Muita anedota engraçada,
Pra me fazer companhia.

        
...Também guardo um dia de sol,
Minhas tardes prediletas,
Viagens de barco, uma visita ao farol,
Passeios de balão e bicicleta.
No último compartimento,
Guardo recordações, lágrimas e sorrisos,
espetados corações.
Invente você também
A sua caixa surpresa
E cultive como ninguém
Sua verdadeira riqueza!

                       


30 de out. de 2011

Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

 Escolas que são gaiolas existem para que 
os pássaros desaprendam a arte do vôo. 
Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. 
Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. 
Pássaros engaiolados sempre têm um dono. 
Deixaram de ser pássaros.
Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.
O que elas amam são pássaros em vôo. 
Existem para dar aos pássaros coragem para voar.
 Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. 
O vôo não pode ser ensinado. 
Só pode ser encorajado.

Rubem Alves

24 de out. de 2011

Sugestão de atividade

           É muito interessante trabalhar com a leitura de imagens. Estou utilizando duas imagens para trabalhar com as crianças sobre meio ambiente.

          Antes de iniciar o assunto questione sobre a imagem e o que ela representa. Deixe os pequenos soltarem a imaginação e depois faça mais questionamentos até chegarem na resposta que deseja ou o mais próximo possível do assunto que será trabalhado. 
           Nesta proposta estou utilizando a primeira imagem para questioná-los do por quê a Terra está usando curativos, conforme as respostas o professor vai realizando outras perguntas.
 
            Depois de explorar a primeira imagem mostre a imagem a seguir e deixe-os pensarem.
Sugestão de questões:
  • O que significa esta imagem?
  • (Dependendo da resposta das crianças o professor pede:) Por que? Como?
  • Por que essas mãos estão nesta posição?
  • Será que é pra proteger o planeta?
  • E nós podemos ajudar?
  • Como?
            O educador vai questionando e levantando outras questões a partir das respostas das crianças.

            Colegas educadores, este é apenas um exemplo. As imagens podem ser exploradas de outras formas. Ah, aceito sugestões hein.

                                              Bom trabalho!!!


22 de out. de 2011

O JOGO E A APRENDIZAGEM

            Muitos autores utilizam a palavra jogo para se referir ao brincar, a atividade lúdica infantil. Os jogo e brincadeiras como recurso didático, são aplicados com o objetivo de introduzir as crianças no mundo da aprendizagem, exercendo um papel fundamental no desenvolvimento infantil, estimulando a inteligência e desenvolvendo a criatividade e a imaginação, sendo uma necessidade para a criança, tão importante quanto o trabalho para o adulto.

             Através do jogo acontece a criatividade, a imitação. Os jogos ensinam a socializar-se, a respeitar regras e limites. Nas brincadeiras elas imitam os adultos e expõem seus sentimentos, tanto de alegria quanto de tristeza. Gastam suas energias aprendendo e se desenvolvendo. Os jogos e brincadeiras permitem que a criança desenvolva suas capacidades de uma forma divertida e sem imposições, elas têm que seguir regras, mas ao mesmo tempo vão descobrindo outros caminhos e traçando estratégias criadas por elas mesmas, tornando-se sujeito das brincadeiras.

Os jogos ajudam a criança a entender que devem respeitar o espaço do outro e esperar a sua vez, entendem que as regras devem ser seguidas. A ludicidade deve estar presente em todos os momentos e, através de brincadeiras e atividades lúdicas, é possível desenvolver o social, o psicológico, o afetivo e o motor. Brincando também se aprende.
 “O jogo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo”. (CAMPAGNE, apud KISHIMOTO, 2003, p.19).
              O papel do professor é interagir intencionalmente com os alunos, fazendo a brincadeira acontecer de forma educativa, desafiando a criança de modo que ela desenvolva suas capacidades.
              A infância se caracteriza pelo brincar, e é através da brincadeira que a criança constrói sua aprendizagem sobre o mundo em que vive e da cultura que está inserida. O jogo ajuda a criança a construir suas novas descobertas, desenvolvendo e enriquecendo sua personalidade, sendo também um instrumento pedagógico que leva o professor a conduzir, estimular e avaliar a criança no processo de aprendizagem. O jogo estimula a criança, fazendo com que ela desenvolva seu raciocínio, criando outros jogos e brincadeiras.
              Os jogos muitas vezes apresentam situações em que a criança tem de enfrentar limites, fazendo com que ela conheça as regras, respeite-as e respeite o espaço do grupo, desenvolvendo sua autonomia junto com o grupo. É também jogando que a criança se revela inteiramente em toda sua espontaneidade, jogando ela expressa seus sentimentos, suas satisfações, angustias, alegrias, portanto seu objetivo maior é desinibir a criança, fazendo com que seja criativa em todas as suas ações.

O jogo simbólico ou faz de conta, particularmente, é ferramenta para a criação da fantasia, necessária a leituras não convencionais do mundo. Abre caminho para a autonomia, a criatividade, a exploração de significados e sentidos. Atua também sobre a capacidade da criança de imaginar e de representar, articulada com outras formas de expressão. São jogos, ainda, instrumentos para aprendizagem de regras sociais. (OLIVEIRA, 2002, p.159).

              O jogo em sala de aula proporciona um espaço para a descoberta, a invenção, a criatividade e auto-expressão e a autonomia. É brincando também que a criança descobre suas potencialidades e possibilidades, fazendo com que desenvolva suas habilidades intelectuais.
              Quando pensamos em atividade lúdica no meio educacional, não podemos pensar no jogo pelo jogo, mas no jogo como instrumento de trabalho em sala de aula, fazendo com que o mesmo seja um meio para atingir objetivos preestabelecidos, tornando a criança capaz de construir uma idéia própria sobre as coisas.

No sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso adiante. (ALMEIDA 2003, p.63)

Isso significa que, quando se pretende levar os educandos à real aprendizagem, não se joga por jogar ou se brinca por brincar. É preciso ter claramente planejado o objetivo que se pretende alcançar e qual pretende que a criança/jovem alcance naquele determinado momento, da mesma forma que este deve ser coerente com a “brincadeira escolhida”.

Para que a brincadeira funcione realmente como facilitadora e possibilitadora da aprendizagem, o educador precisa ter em mente que ao utilizar o jogo, tenha definidos objetivos a alcançar e saiba escolher o jogo adequado ao momento educativo. (LOPES, 1999, p. 36).

              Os autores Piaget e Vygotsky, estudiosos nessa área, nos dizem que não é o jogo em si que desenvolve as capacidades das crianças, mas a trajetória mental que fazem ao jogar, as experiências em vencer e perder, a construção que fazem a partir de um simples jogo.  No processo terapêutico o papel do psicopedagogo é decisivo, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa do jogo e faz a mediação entre o paciente e o jogo, bem como, a construção do conhecimento. Se a criança ou jovem é encaminhada ao psicopedagogo é porque tem alguma lacuna aberta, algo que ainda não está sanado. Por isso é importante que o profissional conheça o histórico dessa criança ou jovem para que possa criar e utilizar recursos de acordo com sua necessidade, mas de forma prazerosa. A intervenção pedagógica deve acontecer de forma natural, formando um vínculo entre profissional e paciente.
A construção do conhecimento é o resultado de um processo social. O brincar é uma relação entre o concreto e o imaginário, a criança que brinca é capaz se relaciona com mais facilidade e interage com os outros e com o meio de forma natural. Assim, é imprescindível que o educador/psicopedagogo goste de brincar e jogar, pois ele é o mediador entre o jogo e a criança. 

Por: Lucimara da Silva Hensen

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2003.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida.Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação.4. ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1993.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida, O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil:fundamento e métodos, São Paulo: Cortez, 2002.

Monólogo de um psicopedagogo

(Iara Caierão)

O que se passa menino?
O que acontece contigo?
Tuas mãos não te obedecem.
Teus dedos rijos não querem também obedecer!

Que se passa, menino,
Em tua cabeça,
Em teu coração?
 Quanto padece teu corpo!
Quanto padece teu ser!
Ao saber não saber
Que és capaz de também aprender,
Do teu jeito,
Do teu modo,
Também ler e escrever!
 Quem te disse que não podes,
Que não sabes,
Que não vais aprender?
O que se passa?
Que se passa contigo?
Não lembras as cores?
As letras, os números?
Nem mesmo teu nome
Consegues escrever?
 No entanto,
Carregas um desejo gigante
De mais conhecer!
Perguntas,
Perguntas...
Tu fazes que não sabes
E sabe que sabe
Mas não podes dizer!
 Se esconde,
Se mostra
Se veste e reveste
Se transveste
Para que não o descubram
Capaz de aprender!
Onde foi que deixaste
Tua vontade de ser?
Onde foi que enterraste
Teu "sonho-rojão"?
Teu desejo?
 Desejo que é vida
Que é ar,
Que é pão.
 Onde foi que te esqueceste,
Te perdeste,
Te encolheste,
Como quem quisesse
Da vida abrir mão?
 Foi um veredito:
"não vais aprender"?
Ou quem sabe,
Cansou de lutar para mostrar
Que também tu podes
Do teu jeito aprender?
Suscitas-me perguntas,
Interrogações profundas,
Quase sem respostas...
Desperta-me dúvidas
Não sobre ti,
Mas sobre o meu saber,
Tão certo!
Tão igual!
Tão reconhecido, instituído, oficial!
 Nas tuas limitações,
Eu vejo as minhas!
Nas tuas dificuldades,
Encontro o meu "não saber"!
És espelho que reflete
O meu "saber-não-saber".
Conhecimento sem corpo
E sem palpitação
 Diante de ti,
conecto-me com meu desconhecido,
Com minha ignorância,
Com minha descoordenação motora,
Com meus dedos rijos,
Com minhas mãos duras e indomáveis,
Com minha pouca percepção,
Não de cores e formas,
Mas de mim mesma...
 Que se passa menino?
Que acontece contigo?
 Concordas com quem diz:
"Nada podes saber!?"
Pois nasceu roxo, fraquinho,
Pequeno e sem ar
Por isso não pode agora aprender...
 Que grande mentira!
Disseram-te um dia!
Sonegando-te o direito
De descobrir e aprender!
 Ninguém desaprende
O que um dia aprendeu,
Esconde ou rejeita,
Engana ou empana!
Mas tirar o que em vida
A experiência lhe deu,
Nem mágica!
Nem feitiço!
Consegue tirar!

Que se passa menino?
Que acontece contigo?
 Bem sabes que sabes,
Bem sabes que do teu modo,
Do teu jeito,
Fazes tua escola e teu saber
Fazes-te aprendente e ensinante
Sujeito e objeto
do teu próprio saber.
 A escola te rejeita,
Te enjeita
Pois não marchas
no rítmo que querem
Não respondes em refrão
Não cantas os hinos em coro
Não pedes a benção
Nem beijas a mão...
 Pensar diferente tem preço!
Pensar diferente dói
e faz pagão!
Excluídos da escola
Mas não do saber!
Ser diferente do bando,
Da turma,
Não prova que não saiba aprender
Nem sabes, menino,
Que na tua limitação,
Na tua diferença,
No teu jeito de ser,
Aparentemente tão pobre,
Incapaz e desinteligente,
Tens sido pra mim,
A cada sessão,
Um mestre,
Um irmão,
Um ensinante,
Que nada garante,
Mas deixa-me ser...
 Que se passa menino?
Que acontece contigo?
 Alfabetiza-me na cartilha
Do teu "não-saber",
Para que eu possa descobrir
O sabor da leitura,
E o prazer da escrita
De um texto que ainda não li.
Educar é tudo!!!